A
cor do céu é que escolho primeiro.
E não precisa ser azul,
pode ser branca, amarela,
rosa-vermelho, com jeito de verde-musgo,
em sonhos das esmeraldas,
Céu também pode ser cinza,
que é cor de ingratidão.
Vistas de
perto,
vistas de longe,
ondula tom sobre tom
em tardes de vento sul.
As cores são movimentos
na sombras suaves da luz. O
que fica debaixo do céu
do sentimento da hora,
da minha disposição.
Pode ser mar, pode ser rio,
com barco ou sem barco,
ou vereda de florestazinha.
O que não pode
é o faltar montanhas,
não dar vista à distância,
não dar aos olhos lonjura
como Minas fica do mar.
O relevo é feito de pedras,
estradas, perspectivas,
claro-escuro, composição.
O
que dá alegria aos pincéis do pintar,
mais do que as cores,
mais do que o ritmo
é a sensação de criar.
Pintar belezas da vida:
ofício de pintor é pintar.
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